"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.


sábado, 22 de março de 2014

Tá afim de um romance? Compra um livro!

"O que quiserem... Serei incorrigível, romântica ou velhaca.
Não digo o que sinto, não sinto o que digo, ou mesmo digo o que não sinto; sou, enfim, má e perigosa e vocês inocentes e anjinhos. Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda há pouco mostrei: em toda a parte confesso que sou volúvel, inconstante e incapaz de amar três dias um mesmo objeto. Verdade seja que nada há mais fácil do que me ouvirem um “eu vos amo”, mas também a nenhum pedi ainda que me desse fé. Pelo contrário, digo a todos o como sou, e se apesar de tal, sua vaidade é tanta que se suponham inesquecíveis, a culpa certo que não é minha. Eis o que faço. E vós meus caros amigos, que blasonais de firmeza de rochedo, que jurais amor eterno cem vezes por ano a cem diversas belezas, sois tanto ou ainda mais inconstantes que eu! Mas entre nós há sempre uma grande diferença: vós enganais e eu desengano. Eu digo a verdade, e vós, meus senhores, mentis."

"A Moreninha", romance da primeira geração de Joaquim Manuel Macedo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

SONETO DE SEPARAÇÃO

DE REPENTE DO RISO FEZ-SE O PRANTO
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

FEZ-SE DO AMIGO PRÓXIMO O DISTANTE
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

VINICIUS DE MORAES

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TEUS PASSOS FICARAM.
OLHES PARA TRÁS...
MAS VÁ EM FRENTE
POIS HÁ MUITOS QUE PRECISAM
QUE CHEGUES PARA PODEREM SEGUIR-TE.

CHARLES CHAPLIN.

Sentirei saudades, amigo!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mulher Moderna

(...) Mas o que seria uma "mulher moderna"?
A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades.
É aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...
É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...
É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...
Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer (...)

Trecho do texto de Arnaldo Jabour.

sábado, 20 de abril de 2013

Relembrar é preciso!

Ontem recebi um inbox na rede social que reproduzo a seguir:

"PÔR DO SOL

O sol vem vindo
As nuvens vão saindo
O céu fica claro
E a manhã vem surgindo

O céu vai escurecendo
A chuva vem chegando
O sol vai indo
E as pessoas vão andando

As estrelas já aparecem
A lua também
As pessoas vão dormir
E eu também."

Trata-se de uma das primeiras poesias que eu escrevi e de presente para uma pessoa muito especial, quando tinha ainda 8 anos.
Muito legal receber de volta e saber que você ainda guarda com carinho!
Obrigada!

Alana Oliveira.

sábado, 23 de março de 2013

CORTESIA


Mil novecentos e pouco.
Se passava alguém na rua
sem lhe tirar o chapéu
Seu Inacinho lá do alto
de suas cãs e fenestra
murmurava desolado
― Este mundo está perdido!
Agora que ninguém porta
nem lembrança de chapéu
e nada mais tem sentido,
que sorte Seu Inacinho
já ter ido para o céu.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 16 de março de 2013

Confissão

Há muito tempo não escrevo, e foi nesse meu silêncio que eu perdi o tino...

"Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!"

Mário Quintana

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A escolha de Sofia

O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.

Arnold Toynbee