Nesta sexta-feira transcorrida (26/03/010), ocorreu no IF-SEMG - Campus Rio Pomba a primeira manifestação pacífica, envolvendo os estudantes matriculados em 2008 nos cursos Técnicos em Alimentos, Agropecuária, Florestas e Zootecnia.
O movimento teve como objetivo a reivindicação dos direitos básicos estudantis, bem como o posicionamento contra a decrepitude moral e o simulacro barganhado administrativo ao qual os alunos se viam submetidos há algum tempo.
O início ocorreu por volta de 13h, quando do início das aulas, as quase oitenta pessoas concentraram-se à frente do prédio central da Instituição, na esperança de estabelecer contato efetivo com os coordenadores gerais.
Roscelino Quintão Barbosa - Coordenador Geral de Assistência ao Educando, e Bruno Gaudereto Soares - Coordenador Geral de Desenvolvimento, foram designados a tentar resolver o doesto da melhor maneira possível.
O primeiro, neurastênico e em tom ameaçador, obteve pouco êxito; o segundo, apesar de modorrento e inçado pela lei do menor esforço, ao menos ofereceu tempo, ouvidos e diálogo aos reivindicantes.
Em pouco mais de 1h de inconclusões e desacordos, foi discutida a construção insensata e extravagante do Anexo (vulgo "puxadinho") , da passarela de meio metro de profundidade de concreto (vulga "aberração da natureza") e da paradoxal casa com TV para o vigia-noturno; a instalação das cancelas jamais utilizadas; o não-funcionamento do Laboratório de Informática; as milhões de burocracias para locação de obras literárias no acervo bibliotecário, a retardação no empréstimo dos livros didáticos, a morosidade na chegada dos ventiladores e cortinado, a defasagem de funcionários para os serviços gerais (instalações e etc), a desafeição no atendimento da mecanografia e a má qualidade de seu serviço, entre outros...
A proposta colocada pela partícula apassivadora foi que os manifestantes retornassem às atividades normais do dia e que concomitantemente, fosse marcado à diante, uma reunião com os representantes de turmas a fim de chegar-se a um acordo para a resolução dos problemas.
Para a sua decepção, embora os alunos tenham concordado de bom grado com a reunião, permaneceram, tenazes, com a paralisação.
Proclamo, pois, a minha mais franca admiração e humilíssima parabenização aos participantes da militância. Nós, alunos, somos os clientes mais importantes das Instituições de Ensino, embora por vezes sejamos marginalizados à voz mais frágil da cadeia.
Lutar pelos direitos assegurados pela Cartilha dos Direitos em Educação é um dever natural ao cidadão não alienado.
Nesse sentido, respeitosamente deixo os meus melhores cumprimentos aos educadores desta Instituição, responsáveis pela formação destes sublimes cidadãos.
"Não queiram levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio para grandeza e emancipação da pátria."
Lima Barreto
Boa noite...
Alana Oliveira.