"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pedantismo Social na Network.

— Amor, vou ao toillet...
— Não esqueça que, como diria Lavoisier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, tá benzinho?
[cara de poucos amigos]


Ser pedante é procupar-se extremamente com detalhes e minúcias cujo tom fica percebido como condescente.

O termo foi primeiramente usado por Shakespeare, quando ainda com conotação positiva, num sentido de "professor" ou "aquele que ensina".

Hoje, chamamos de ser pedante aquele/a que, por necessidade maior de auto-afirmação ou por simples Síndrome de Asperger (autismo caracterizado pela disposição do doente em dar longas e detalhadas explicações sobre todo e qualquer assunto. Newton, Einstein, Mozart, Sócrates, Wittgeinstein, Darwin e Michelangelo, por exemplo, apresentavam fortes traços da doença), mostra-se obcecado por acrescentar algo ou fazer alguma correção em discursos alheios, quando não utilizam de palavras mirabolantes para discursar sobre assuntos que não dominam.
Aqueles famosos:

"I don't know nothing about this shit.
But I'm here. Nice pic buddy.
"

Sabe o que Mário Quintana diria à um ser pedante?
Ser Pedante: "- Gostaria de propor-lhe uma troca de idéias."
Mário Quintana: "Deus que me livre!"

A extrema erudição no vocabulário também pode se tornar um tipo de pedantismo. Acompanhe:

A paixão medida


Trocaica te amei, com ternura dáctila
e gesto espondeu.
Teus iambos aos meus com força entrelacei.
Em dia alcmânico, o instinto ropálico
rompeu, leonino,
a porta pentâmetra.
Gemido trilongo entre breves murmúrios.
E que mais, e que mais, no crepúsculo ecóico,
senão a quebrada lembrança
de latina, de grega, inumerável delícia?

Carlos Drummond de Andrade

Tá, mas... E daí?
Sem querer ser pedante, mas... MENOS!

Enfim algo de substancial!


Alana Oliveira.

Oxímoro: Brasil - País Oximoroso.

Oxímoro é, segundo o Dicionário Houaiss, uma figura de retórica na qual se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se, mas que, no contexto reforçam uma expressão.
Exemplifico para ficar mais claro:
O grito do silêncio; silêncio ensurdecedor; obscura claridade e por aí vai...

Noutro exemplo, Millôr Fernandes considera a frase "Escola Superior de Guerra" um oxímoro. Segundo ele, ser superior exclui a possibilidade de ser de guerra.


Pois é, o Brasil, além de tudo é um país oximoroso.
Há um tremendo oxímoro que não sai das manchetes dos jornais:

CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO.

A bientôt!
Alana Oliveira.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Não basta a chuva? Raios! Terremotos, Vulcões...!

Quando pequena, minha resposta à convencional pergunta "qual é o seu maior medo?" era sempre ligeira e invariável: "- Tenho medo de Vulcão!". Hoje, um pouco (bem pouco mesmo) mais sóbria e amadurecida dos pensamentos vejo que gastei grande parte da minha efêmera infância alimentando um medo irreal, pelo menos na minha condição de cidadã brasileira.

Porém, os fenômenos naturais, últimamente apenas tem se apresentado como catástrofes naturais, assolando populações.
Chego até a pensar que hoje, minha resposta para a mesma pergunta convencional, a grosso modo e levando em consideração que habito um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, de chuvas abundantes durante todo o Verão, deveria ser: "- Tenho medo de chuva".

Exemplo recente é a catástrofe de Angra dos Reis que deixou 52 mortos. Mas esperem... não descontemos toda a culpa nas gotículas derramadas. Vítimas houve não porque choveu, mas porque a pousada estava instalada onde nao deveria estar: ao sopé de um morro geologicamente instável. Ihhh!
Vidas sacrificadas, patrimônio perdido, bilhões de prejuízo para um país que dança - só no mau sentido - na chuva.
Sem muitas delongas, nós brasileiros sofremos de um problema de perda de memória de frequência anual. A cada dezembro e janeiro que passa, esquecemos o que aconteceu no dezembro e janeiro anteriores. Por consequência, as mesmas áreas, com poucas variações, são atingidas. O problema é a infra-estrutura (ou a falta dela).

Mas prosseguindo ao assunto das chuvas, também podemos citar o exemplo recente da metrópole paulistana: de 1° de Dezembro até 4 de Janeiro castigada pelos ferozes temporais que não davam trégua. Zona Leste, Sul e Oeste nadando. Córregos Aricanduva e Ipiranga transbordados...
E não basta a chuva? RAIOS!

Avançando as fronteiras brasileiras e as catástrofes naturais, chegamos ao Haiti. Se antes o país já vivia em condições sub-humanas imaginem depois do terremoto com a força de 30 bombas atômicas.
Quando leio qualquer reportagem sobre a situação do país, lamento que Thomas Hobbes não tenha vivido tanto para presenciar sua teoria de "Estado Natural" se concretizando em Porto Príncipe - o pequeno mundo sem lei. A realização do sonho Hobbesiano!
Dia desses mesmo li na VEJA edição 2148 o seguinte trecho de Diego Escosteguy:

''Conheci Phapichue, 18 anos, em Porto Príncipe. Ele não me pediu água, comida ou dinheiro. Pediu-me livros. 'Eu estudava português', ele me disse, ao descobrir que falava com um brasileiro. Estudava, no passado mesmo. A escola dele desabou.''

Choquei, claro. Fiquei com vontade de que os governos mandassem também livros e revistas aos haitianos. Afinal, sem alimentar a alma, como é possível sonhar com o futuro melhor?

Alana Oliveira.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Teoria da Conspiração - Rede Globo

"O homem nunca pisou na Lua";
"A Princesa Diana foi assassinada";
"Nenhum avião atingiu o Pentágono em 11 de setembro de 2001";
"Paul McCartney morreu em 1966";
"A AIDS foi criada em laboratório";
"O Papa João Paulo I foi morto pela própria Igreja".

Oi você que lê,
Surpreso com essas afirmações que fazem parte da Teoria da Conspiração? Pois sugiro que prossiga a leitura e se assuste com as truculências, atrocidades e conspirações da Rede Globo de Televisões.

Beyond Citizen Kane - Muito além do Cidadão Kane


Beyond Citizen Kane é um documentário de Simon Hartog, produzido e exibido pela primeira vez em Setembro de 1993 pelo canal 4 do Reino Unido, depois de um ano de adiamento (período suficiente para que Hartog morresse da grave enfermidade que lhe acometia, assumindo a edição o co-produtor Jonh Ellis) devido à impedimentos colocados pela Emissora Globo. O documentário discute a relação entre a influência desta última na formação de opinião pública e no poderio do Brasil.

Evidentemente o documentário, que causaria grande altercação entre os brasileiros filhos da Globo, foi censurado pela justiça.
O co-produtor, professor britânico do departamento de mídia e artes da Universidade de Londres revelou que tanto Rede Globo quanto a Rede Record tentaram comprar os direitos do filme nos anos 90 - a primeira para engavetá-lo, a segunda pare exibí-lo.
O principal alvo das críticas foi Roberto Marinho, ex-presidente e fundador da emissora. Roberto chegou a ser comparado à Charles Foster Kane, personagem do filme Cidadão Kane, criado em 1941 por Orson Welles. No filme, Kane é um magnata da comunicação americana que manipula as notícias de maneira grosseira de acordo com seus interesses pessoais.
Isso justifica o nome que leva o documentário: Beyond Citizen Kane, que na tradução seria Muito além do Cidadão Kane.


O documentário ataca o apoio da Globo à Ditadura Militar no começo de 1965;
a parceria ilegal, mas muito vantajosa com o grupo americano Time-Life (hoje Time Warner);
o Caso Proconsult, isto é, suposto auxílio prestado à tentativa de fraude nas eleições cariocas de 1982 para impedir a vitória de Leonel Brizola;
o misterioso e oportuno incêndio nos estúdios paulistas, cujo seguro foi fundamental para a expansão da rede;
o cancelamento da concessão da Excelsior em 1970 (única empresa de TV a se opôr ao golpe militar e principal concorrente da Globo);
a cobertura tendenciosa do movimento das Diretas Já, em 1984, quando a emissora noticiou um importante comício como um evento de comemoração ao aniversário São Paulo;
a edição para o Jornal Nacional do debate do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras de 1989, de modo a favorecer o candidato Fenando Collor de Mello frente à Luís Inácio Lula da Silva;
a controversa negociação envolvendo ações da NEC Corporation e contratos governamentais à época em que José Sarney era Presidente da República...

Entre outras afrontas públicas, claro!

O documentário conta com destacadas personalidades brasileiras como Chico Buarque de Hollanda, que na época tinha um programa na emissora; Leonel Brizola e Antônio Carlos Magalhães - ambos políticos; Armando Falcão, ex- Ministro da Justiça; Washington Olivetto, publicitário; Dias Gomes, escritor; Walter Clark, Armando Nogueira, Gabriel Prioli - jornalistas; e Lula, atual Presidente do Brasil.

Além desse documentário, outras obras se dedicam a desvendar toda a conspiração da emissora como o livro Afundação Roberto Marinho de Romero Machado e A História Secreta da Rede Globo de Daniel Hertz.


Chega de perpetuar a espécie.

Deixo meu mais hermeticamente sarcástico e concisamente irônico:

PLIN, PLIN!

Para Marina Dutra.

Alana Oliveira.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Senador Firmino, pequena pátria.


Praça Raimundo Carneiro - SF


Cachoeira Ribeirão de São Francisco - SF


Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição - SF

Seu encanto e aconchego
Estão enraizados
Nos corações.
Ah, cidadezinha grande
De grandes gentes, de tradições.
Oh, não tem palmeiras para
Re-encantarem os sabiás... Mas,

Filha e mãe de cachoeiras,
Iluminadas noites de estrelas
Reluzem tanto que escuto, só em vê-las.
Meu Deus, grito, esbravejo:
Irmãos firminenses,
Não existem em mineiros, brasileiros, latinos ou Terrestres
O orgulho maior que o nosso!

Alana Oliveira.