— Amor, vou ao toillet...
— Não esqueça que, como diria Lavoisier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, tá benzinho?
[cara de poucos amigos]
Ser pedante é procupar-se extremamente com detalhes e minúcias cujo tom fica percebido como condescente.
O termo foi primeiramente usado por Shakespeare, quando ainda com conotação positiva, num sentido de "professor" ou "aquele que ensina".
Hoje, chamamos de ser pedante aquele/a que, por necessidade maior de auto-afirmação ou por simples Síndrome de Asperger (autismo caracterizado pela disposição do doente em dar longas e detalhadas explicações sobre todo e qualquer assunto. Newton, Einstein, Mozart, Sócrates, Wittgeinstein, Darwin e Michelangelo, por exemplo, apresentavam fortes traços da doença), mostra-se obcecado por acrescentar algo ou fazer alguma correção em discursos alheios, quando não utilizam de palavras mirabolantes para discursar sobre assuntos que não dominam.
Aqueles famosos:
"I don't know nothing about this shit.
But I'm here. Nice pic buddy."
Sabe o que Mário Quintana diria à um ser pedante?
Ser Pedante: "- Gostaria de propor-lhe uma troca de idéias."
Mário Quintana: "Deus que me livre!"
A extrema erudição no vocabulário também pode se tornar um tipo de pedantismo. Acompanhe:
A paixão medida
Trocaica te amei, com ternura dáctila
e gesto espondeu.
Teus iambos aos meus com força entrelacei.
Em dia alcmânico, o instinto ropálico
rompeu, leonino,
a porta pentâmetra.
Gemido trilongo entre breves murmúrios.
E que mais, e que mais, no crepúsculo ecóico,
senão a quebrada lembrança
de latina, de grega, inumerável delícia?
Carlos Drummond de Andrade
Tá, mas... E daí?
Sem querer ser pedante, mas... MENOS!
Enfim algo de substancial!
Alana Oliveira.
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande (...) Só quero torná-la de toda a humanidade (...) Cada vez mais assim penso (...) É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. Fernando Pessoa
"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.
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