"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.


terça-feira, 16 de julho de 2013

SONETO DE SEPARAÇÃO

DE REPENTE DO RISO FEZ-SE O PRANTO
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

FEZ-SE DO AMIGO PRÓXIMO O DISTANTE
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

VINICIUS DE MORAES

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TEUS PASSOS FICARAM.
OLHES PARA TRÁS...
MAS VÁ EM FRENTE
POIS HÁ MUITOS QUE PRECISAM
QUE CHEGUES PARA PODEREM SEGUIR-TE.

CHARLES CHAPLIN.

Sentirei saudades, amigo!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mulher Moderna

(...) Mas o que seria uma "mulher moderna"?
A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades.
É aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...
É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...
É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...
Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer (...)

Trecho do texto de Arnaldo Jabour.

sábado, 20 de abril de 2013

Relembrar é preciso!

Ontem recebi um inbox na rede social que reproduzo a seguir:

"PÔR DO SOL

O sol vem vindo
As nuvens vão saindo
O céu fica claro
E a manhã vem surgindo

O céu vai escurecendo
A chuva vem chegando
O sol vai indo
E as pessoas vão andando

As estrelas já aparecem
A lua também
As pessoas vão dormir
E eu também."

Trata-se de uma das primeiras poesias que eu escrevi e de presente para uma pessoa muito especial, quando tinha ainda 8 anos.
Muito legal receber de volta e saber que você ainda guarda com carinho!
Obrigada!

Alana Oliveira.

sábado, 23 de março de 2013

CORTESIA


Mil novecentos e pouco.
Se passava alguém na rua
sem lhe tirar o chapéu
Seu Inacinho lá do alto
de suas cãs e fenestra
murmurava desolado
― Este mundo está perdido!
Agora que ninguém porta
nem lembrança de chapéu
e nada mais tem sentido,
que sorte Seu Inacinho
já ter ido para o céu.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 16 de março de 2013

Confissão

Há muito tempo não escrevo, e foi nesse meu silêncio que eu perdi o tino...

"Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!"

Mário Quintana