"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

A escolha de Sofia

O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.

Arnold Toynbee

domingo, 26 de junho de 2011

O que você pensa sobre a internacionalização da Amazônia?

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

CONCLUSÃO:

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

DIVULGUE!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

terça-feira, 5 de abril de 2011

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Florbela Espanca.

Ultimamente tenho lido bastante Florbela... a sua vida, embora tenha terminado no auge de seus trinta e seis anos, foi cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade. Indico o "Livro de Sóror Saudade".

Boa noite,

Alana Oliveira

quarta-feira, 30 de março de 2011

MEU LADO MARIA

Não gosto de quem posa de inteligente, culto e letrado. Mesmo porque por mais inteligente, culto e letrado que você seja, cá pra nós, tenho certeza que vez ou outra passa os olhos na Contigo. Ou em qualquer site fofoqueiro. Ou na coluna social. Ou no Faustão. Ou no Big Brother. Além disso, não acho que assistir baboseiras seja atestado de inteligência e/ou esperteza. Eu, por exemplo, vejo o Big Brother pra rir. Leio livros que os mais intelectualizados (?) condenam para relaxar, me divertir, esquecer um pouco as asperezas da vida. A verdade é que tem muita gente fazendo pose por aí, mas lá no fundo adora ouvir uma música brega. Mas esse já é outro assunto. Hoje eu quero falar da Maria.

Sabe a Maria do Big Brother? A Maria, aquela que teve um rápido affair com o nada-bonito-Maurício. Maria, aquela que depois que o nada-bonito saiu da casa arrastou asa para o Wesley. Maria, que depois que o Maurício voltou pra casa se arrependeu. Maria, aquela que bebe e mostra a bunda na televisão. Maria, aquela que diz Maurício-gosto-de-você baixinho no ouvido. Maria, aquela que perde o foco, a noção, o norte, o jeito, o gesto. Maria, aquela que esquece a dignidade no fundo do copo. Maria, aquela que ataca o cara, chora pelo cara, quer de todo o jeito beijar o cara, é louca pelo cara, tarada, maníaca, doente. Pois bem, essa é Maria. Maria, que já foi uma das Felinas. Maria que, diz a lenda, já fez uns bicos na profissão mais antiga do mundo.

Não me importo com o passado da Maria. E eu digo: gosto da Maria, pois o que importa é o que a Maria representa, o que a Maria é, o que a Maria nos faz ver. Eu me enxergo na Maria. Eu enxergo muitas mulheres na Maria. E eu repito Maria-Maria-Maria. A Maria representa nossas lágrimas, nosso rímel borrado, nossos porres, nossas ligações na madrugada, nossos fiascos, nossas insanidades. A Maria representa aquela mulher que já perdeu a cabeça e o juízo por causa de um homem. A Maria é aquele comportamento que você teve sábado passado quando, bêbada e ofendida, mandou 34 mensagens para o celular do ex-namorado. A Maria sou eu há 5 anos, que corria atrás de um cara que me fazia de gato e sapato.

Maria é aquela moça que insiste em manter uma relação com um cara que tem namorada. Maria é aquela que gosta, tem uma inocência no peito, uma ilusão na boca, uma incoerência no olhar. Maria é aquela que acredita em palavras, se apega e quer ir até o fim. Maria é aquela que acha que o passado dita a moda do presente. Maria é aquela que não pensa antes de falar - e age como dá na telha. Maria é impulsividade, calor, vontade. Maria é a falta de vergonha em se expor.

A Maria, minha amiga, é a inimiga íntima de toda mulher.

Clarissa Corrêa.

"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz (...)
"

Boa noite, prezados!

Alana Oliveira.

segunda-feira, 28 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

PASSAGEM DAS HORAS



''Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero (...)''

A. de Campos

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Assim disse Albert Einstein:

"Se minha Teoria da Relatividade revelar-se correta, a Alemanha afirmará que sou 'alemão', enquanto a França dirá que sou 'cidadão do mundo'.
Mas se por ventura fracassar, a França dirá que sou 'alemão', enquanto a Alemanha lembrará que sou 'judeu'."

Um pouco de humor...

Man discovered colors, invented painting.
Woman discovered painting, invented make-up.

Man discovered speech, invented conversation.
Woman discovered conversation, invented gossip.

Man discovered agriculture, invented food.
Woman discovered food, invented diet.

Man discovered friendship, invented love.
Woman discovered love, invented marriage.

Man discovered trade, invented money.
Woman discovered money, and man was a complete mess after that!


Acho que a história aconteceu mais ou menos por aí... hahaha

Dois monges

Dois monges em peregrinação iam passando por um rio.
Lá avistaram uma menina vestida com toda a elegância, obviamente sem saber o que fazer, já que o rio estava alto e ela não queria estragar as suas roupas. Sem mais cerimônias, um dos monges levou-a nas costas, atravessou-a e depositou-a em solo seco do outro lado.
Então os monges continuaram seu caminho. Porém o outro monge, depois de uma hora começou a reclamar:
- Com certeza não é certo tocar uma mulher; é contra os mandamentos ter contato íntimo com mulheres. Como você pôde ir contra as leis dos monges?
O monge que carregara a menina seguia em frente em silêncio, mas finalmente observou:
- Eu a deixei no rio há uma hora, por que você ainda está carregando?

Irmgard Schloegl

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pensamento interessante

PRIVATIZADO

Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence.

Bertold Brecht.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Entra ano, sai ano e as tragédias se repetindo

O Texto que segue, publiquei neste mesmo sítio há pouco menos de um ano atrás, no domingo, 21 de fevereiro de 2010.

"Vale a pena ver de novo"

Não basta a chuva? Raios! Terremotos, Vulcões...!

Quando pequena, minha resposta à convencional pergunta "qual é o seu maior medo?" era sempre ligeira e invariável: "- Tenho medo de Vulcão!". Hoje, um pouco (bem pouco mesmo) mais sóbria e amadurecida dos pensamentos vejo que gastei grande parte da minha efêmera infância alimentando um medo irreal, pelo menos na minha condição de cidadã brasileira.

Porém, os fenômenos naturais, últimamente apenas tem se apresentado como catástrofes naturais, assolando populações.
Chego até a pensar que hoje, minha resposta para a mesma pergunta convencional, a grosso modo e levando em consideração que habito um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, de chuvas abundantes durante todo o Verão, deveria ser: "- Tenho medo de chuva".

Exemplo recente é a catástrofe de Angra dos Reis que deixou 52 mortos. Mas esperem... não descontemos toda a culpa nas gotículas derramadas. Vítimas houve não porque choveu, mas porque a tal pousada estava instalada onde não deveria estar: ao sopé de um morro geologicamente instável. Ihhh!
Vidas sacrificadas, patrimônio perdido, bilhões de prejuízo para um país que dança - só no mau sentido - na chuva.
Sem muitas delongas, nós brasileiros sofremos de um problema de perda de memória de frequência anual. A cada dezembro e janeiro que passam, esquecemos o que aconteceu no dezembro e janeiro anteriores. Por consequência, as mesmas áreas, com poucas variações, são atingidas. O problema é a infra-estrutura (ou a falta dela).

Mas prosseguindo ao assunto das chuvas, também podemos citar o exemplo recente da metrópole paulistana: de 1° de Dezembro até 4 de Janeiro castigada pelos ferozes temporais que não davam trégua. Zona Leste, Sul e Oeste nadando. Córregos Aricanduva e Ipiranga transbordados...
E não basta a chuva? RAIOS!

Avançando as fronteiras brasileiras e as catástrofes naturais, chegamos ao Haiti. Se antes o país já vivia em condições sub-humanas imaginem depois do terremoto com a força de 30 bombas atômicas.
Quando leio qualquer reportagem sobre a situação do país, lamento que Thomas Hobbes não tenha vivido tanto para presenciar sua teoria de "Estado Natural" se concretizando em Porto Príncipe - o pequeno mundo sem lei.
Dia desses mesmo li na VEJA edição 2148 o seguinte trecho de Diego Escosteguy:

''Conheci Phapichue, 18 anos, em Porto Príncipe. Ele não me pediu água, comida ou dinheiro. Pediu-me livros. 'Eu estudava português', ele me disse, ao descobrir que falava com um brasileiro. Estudava, no passado mesmo. A escola dele desabou.''

Choquei, claro. Fiquei com vontade de que os governos mandassem também livros e revistas aos haitianos. Afinal, sem alimentar a alma, como é possível sonhar com o futuro melhor?

Au revoir!


Alana Oliveira.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade.

SER GRANDE


Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)