
24/12/2009 - Natal, Senador Firmino - Parte dos primos.
Estávamos lá... os oito em cima da coitadinha da cama de casal...
Estávamos ociosos, gastando o tempo: jogando conversa fora, trocando experiências, matando um pouquinho das saudades que sempre são grandes, colocando o papo em dia, rindo. Fazíamos todas essas bobagens importantes que constroem a maior parte da vida! Era uma mescla de casos de Rio Pomba, Juiz de Fora, Vitória, Senador Firmino e São Lourenço.
E de repente, CLICK, o tempo parou!
Olho para a foto e revivo o tumulto! Revivo o movimento, as ações, as vozes simultâneas. Sinto tudo.
Acho que é isso que tanto me agrada nas fotografias: o funcionar como uma ponte com o passado, seja o mais recente ou o mais remoto.
Há quem considere um plágio do momento, quem prefira anexar na memória. Fico estupefata! Acho no mínimo bastante discutível esta teórica, afinal, que haveria de fazer alguém como eu, que goza vida longa (jogando baixo 120 anos!), para recordar bons momentos como o figurado, tendo em mente que até lá minha mémoria estará pouco menos astuta que hoje?
Por isso mantenho: permanecerei crendo nas impressões palpáveis! Porque ainda acredito que os sorrisos sejam, via de regra, sinceros! Que os gestos sejam naturais e não forçados, as posturas espontâneas e não coagidas! Que sejam a representação mais fiél da vida vivida!
Porque a minha esperança, de fato, será a ultima a morrer!
Nick Farewell em seu bem-aventurado livro GO, filosofou um pouco sobre o assunto:
"Eu ligo a minha câmera imaginária. Registro todos os movimentos. Penso como vou me lembrar disso até o fim dos meus dias. Penso como a lembrança ainda é a melhor das máquinas fotográficas. Agora, cinematograficamente, eu gravo frame por frame na minha memória. Expondo a luz e meus sentimentos, projeto na minha retina as imagens que eu voltarei sempre a enxergar toda vez que sentir um dia nublado entre a ausência e o encontro da pessoa que, possivelmente, vai me causar mais falta e mais completude, ao mesmo tempo."
Resumo da ópera: o primordial é encontrar o seu modo particular de nostalgia. O primordial é encontrá-lo, repito, e jamais oprimí-lo. Oprimir momentos nostágicos me parece tornar-se intolerável a si mesmo, se perseguir por dentro! Nostagia não tem que ser um drama ou uma cruz a carregar para ninguém.
"Nostalgia é saudade do que vivi, melancolia é saudade do que não vivi."
Carlos Heitor Cony.
O sono chegou, e subordino-me a minha cama!
Alana Oliveira.
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