
Amados,
O estudo dos astros - ou seja, a astronomia - foi atividade que abriu as portas do mundo da ciência para os seres humanos. No firmamento, os primeiros homens e mulheres, ainda na pré-história, perceberam a existência de mecanismos e ciclos específicos que se refletiam em suas atividades terrenas: o Sol, a cada dia, criava a divisão entre o dia e a noite; a Lua, a cada volta que dava ao redor da Terra, marcava o período conhecido como mês; a posição de determinados agrupamentos de estrelas, ao longo do tempo, parecia indicar os melhores períodos para plantio e colheita - pista fundamental para a sobrevivência de agricultores dezenas de milhares de anos atrás.
O céu era, e é, bem movimentado, mas, ainda assim, inspira uma certa noção de ordem, de mecanicismo. Assim, não é à toa que inspirou a percepção de que o mundo podia evoluir a partir de certas regras pré-determinadas - leis da natureza, por assim dizer.
Ao se colocar na base da ciência, a astronomia fez sentir sua influência em praticamente todos os ramos do conhecimento científico, porém, com a crescente repartição do saber em gavetas estanques, as noções astronômicas foram diluídas, e sua importância aparente no ensino decresceu de forma atenuada.
Não é difícil perceber os efeitos desse processo: note que as noções básicas sobre Sistema Solar são transmitidas nas aulas de geografia e ciências, as leis de movimentos dos planetas estão no curso de física, o andamento da corrida espacial do século XX está na disciplina de história, e as descobertas mais sofisticadas sobre a origem do universo, PASME, não estão em lugar algum!
Os prejuízos dessa diluição refletem na perda do próprio ensino para o aluno e paro o professor, que se vê sem uma poderosa ferramenta.
É fato que a transferência de indiscriminadas doses de conhecimento, combinado com a pouca fala do porquê de tudo, do pra quê de tudo, torna o ensino desmotivante e pouco atraente.
Ora, o que motivou uma considerável parcela das pessoas mais inteligentes do mundo, em todos os tempos, a desenvolverem determinadas idéias??
"- Saber de onde viemos e para onde vamos", a resposta clichê, batida, que à mim embute uma das principais características humanas: a inabalável curiosidade.
Portanto, falar de espaço é evocar esse tipo de curiosidade inata. Mencionar a possibilidade de novos mundos e de vida extraterreste é despertar todo tipo de interesse romântico associado à pesquisa espacial.
É excelente maneira de fisgar o interesse prematuro pelos avanços científicos e tecnológicos e, noutro momento, a percepção para o próprio papel nesse contexto; e isso, meus caros, é fundamental!
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Este post é dedicado à minha pequena e amada irmã, Iara - 9 anos, que aproveita as horas vagas para dedicar-se às leituras astronômicas, haja vista que fará a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, ramo que adora estudar.
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Alana Oliveira.
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