Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande (...) Só quero torná-la de toda a humanidade (...) Cada vez mais assim penso (...) É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. Fernando Pessoa
"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."
Ricardo Reis, heterônimo de sopro clássico de Fernando Pessoa.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
A regreção da redassão, culpa da televisão?
Charge de Millôr Fernandes
De súbito, me deu uma vontade de postar antes de ir assistir ao filme que está passando no SBT e, por tratar-se de TV, escolhi postar o texto de José Paulo Paes, sobre a televisão e o Poeminha à glória televisiva de Millôr.
A TELEVISÃO
Seu boletim meteorológico
me diz aqui e agora
se chove ou se faz sol.
Para que ir lá fora?
A comida suculenta
que pões a minha frente
como-a toda com os olhos.
Aposentei os dentes.
Nos dramalhões que encenas
há tamanho poder
de vida que eu próprio
nem me canso em viver.
Guerra, sexo, esporte
E me dás tudo, tudo.
Vou pregar minha porta:
Já não preciso do mundo.
JOSÉ PAULO PAES - Prosas seguidas de odes mínimas.
POEMINHA À GLÓRIA TELEVISIVA
Não me contem!
Ele era tão famoso
Antes de ontem!
MILLÔR FERNANDES
É isso...
Alana Oliveira.
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